sábado, 28 de agosto de 2010

Clima gera instabilidade no mercado de grãos

Matéria publicada pelo site Beef Point em [26/08/2010]

"A falta de chuvas em diversos Estados brasileiros ainda não alterou os preços agrícolas. Se o clima seco se prolongar, contudo, poderá gerar efeitos de curto e de médio a longo prazo. As maiores preocupações são com a possibilidade de a seca atingir o plantio de safras importantes, como soja e milho.

Os preços de alguns desses itens já começam a ficar pressionados, devido à estiagem em outros produtores estratégicos. A forte seca que fez a Rússia perder US$ 1,1 bilhão em trigo, na pior estiagem em 150 anos, causou impacto nos preços do cereal comercializado no Brasil, que subiu 4,6% na semana passada - a primeira elevação desde novembro de 2009.

O movimento de alta nos preços não havia ocorrido mais cedo graças aos estoques acumulados no país, mas agora as cotações da soja e do milho começam a subir. Esses grãos funcionam como substitutos imediatos do trigo, que teve a exportação proibida pelos russos há cerca de um mês.

"As dificuldades da Rússia e os problemas de seca que estamos enfrentando agora, combinados, vão chegar nos preços agrícolas sim, mas não é possível mensurar quando", diz Antônio Comone, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que apura preços semanalmente em São Paulo.

Levantamento realizado pela RC Consultores com 14 produtos agrícolas mostra que itens como batata, tomate, leite, ovos e laranja estão comportados. Já milho e soja passam por elevação em agosto. A saca de soja é vendida a R$ 39 e a de milho a R$ 20,2, um avanço de 9,6% e 9,3%, respectivamente, sobre julho. A alta, avalia Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, respondem à maior demanda sobre esses grãos.

"O tempo seco ainda não afeta os preços internamente. O aumento decorre unicamente da forte estiagem na Rússia. Se esse tempo seco continuar no Brasil, aí teremos problemas, porque em setembro começa o plantio de grãos importantes, como milho e soja, e o impacto nos preços costuma ser rápido", afirma Silveira.

Segundo Comone, os estoques das empresas é que oferecerão sustentação para preços. "Muitas companhias com estoques podem optar por não mexer nos preços para ganhar o espaço do concorrente que está sem estoques, preferindo não ampliar o lucro para ganhar mercado. Esse movimento pode segurar os preços por um tempo", explica o economista, para quem, no entanto, "em mais ou menos tempo, o clima seco em São Paulo e no Brasil vai afetar os preços agrícolas".

A matéria é de João Villaverde, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint".

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Carne paraguaia em alta

Publicado pelo site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 23/08/2010

"Segundo dados oficiais do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, o país exportou 172.000 toneladas de produtos e subprodutos de carne de origem animal, frente às 145.000 toneladas exportadas no ano passado. Até 31 de julho de 2010, a venda alcançou US$ 535 milhões, o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. Isso evidencia que os mercados internacionais estão pagando cerca de 30% a mais por toneladas que no ano passado.

Os dados indicam que, nesse período, o Paraguai exportou 18,37% mais carne bovina que no mesmo período de 2009, com um volume exportado de 172,769 mil toneladas. No entanto, em valor, houve um aumento de 49,5% com relação ao mesmo período do ano anterior, uma variação significativa a favor da indústria nacional.

O presidente do Senacsa, Daniel Rojas, disse que não houve grande aumento no rebanho bovino nem no nível de animais destinados às exportações, mas sim, que o bom preço possibilitou os maiores ganhos. Isso foi produto da alta no preço da carne.

A reportagem é do ABC Color e do La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint".