quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Crise ainda não afeta a pecuária

O site Beef Point (www.beefpoint.com.br) publicou ontem (07/10/2008) a seguinte matéria:

"O boi gordo continua imune à crise que atinge a cotação das commodities agrícolas. Em São Paulo, o preço da arroba valorizou-se 1,5% desde o início de setembro e a carne bovina no atacado paulista subiu ainda mais, 5%, batendo recordes nominais sucessivos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Enquanto isso, as cotações internas de soja e milho caíram 3,36% e 6,5%, respectivamente, o que deve contribuir para pressionar para baixo o custo de produção de carnes, principalmente de frango e suíno.

"Esse cenário externo negativo não afetou a economia real, até o momento. Ainda não sentimos queda da demanda, tanto no mercado interno quanto no externo", afirma Sérgio De Zen, pesquisador do Cepea.

Apesar da demanda ainda não ter sido afetada, a falta de crédito aos frigoríficos pode mudar esse cenário positivo para o setor, na avaliação de Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. "Os frigoríficos usam os recursos do Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) para pagar o pecuarista pelo boi. Esse dinheiro irriga o setor. Se ele não estiver disponível, pode haver pressão sobre o preço da arroba", avalia Gianetti. Segundo ele, a falta de crédito para exportação pode também limitar o acesso dos frigoríficos exportadores ao bom momento do câmbio.

Já a carne suína apresenta elevações de preços antecipadas. Na avaliação de Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs) o cenário se deve à melhora dos preços no mercado internacional e do equilíbrio da oferta interna. "Não está sobrando carne. E a alta do boi também vem puxando o preço das outras carnes", afirma.

Assim, o final do ano, que já é considerado o melhor momento de preços para a carne suína, deve, neste ano, ser ainda melhor, segundo ele. "Esse aumento de preço em setembro e outubro é indicativo de demanda aquecida, de melhora de renda. Só que esse aumento de consumo costuma acontecer somente a partir de novembro, o que indica que teremos um fim de ano ainda melhor". Apesar de não ter os dados precisos, o dirigente da Abipecs acredita em uma elevação do consumo per capita de carne suína de 12,5 quilos por habitante por ano para 14 quilos.

A matéria é de Fabiana Batista, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

Nenhum comentário: