quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Confirmação de Wagner Rossi divide o agronegócio

Matéria publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 09/12/2010:

"Mantido no comando do Ministério da Agricultura, Wagner Rossi tem base política em Ribeirão Preto, interior paulista, e boa interlocução com a bancada ruralista e empresários do agronegócio.

Rossi, com 67 anos, chegou ao ministério em março de 2009, indicando a vitória de Temer sobre o antecessor Reinhold Stephanes (PMDB), que preferia o secretário-executivo da Pasta, José Gerardo Fonteles. Passou também, a partir de indicações do vice-presidente eleito Michel Temer, pela a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre 2007 e 2010.

Em suas passagens pela estatal foi citado em suspeitas de irregularidades. Na Conab, onde era responsável por gerenciar um Orçamento de mais de R$ 5,5 bilhões, uma auditoria do Tribunal de Contas da União apontou problemas ao longo de várias gestões nas áreas de armazenagem e jurídica da estatal. O pente-fino do TCU, feito dois anos e meio depois de Rossi assumir a estatal, indicou problemas na gestão, como contratações irregulares. Rossi, à época, reconheceu os problemas e disse que estava corrigindo as "imperfeições". Na estatal, também foi acusado de lotear cargos, o que ele também nega.

No Ministério da Agricultura, a gestão de Rossi ainda é considerada "tímida" por parlamentares e pela Contag. O ministro tem boa aceitação na bancada ruralista, mas divide o agronegócio.

Para o empresário do etanol Maurílio Biagi, Rossi fez um bom trabalho na Pasta. "Se o Wagner continuar, estamos bem servidos. O ministério precisa ser político", disse Biagi, próximo ao deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).

Já na análise de outro representante do agronegócio de São Paulo, o cargo pede alguém menos político. "A ligação dele no ministério é política, pelo Michel Temer. Ele é um político profissional. Não é o que a gente gosta. Preferimos pessoas que sejam do setor", afirmou. Na avaliação do empresário que pediu para não ser identificado, Rossi abriu bom diálogo com o segmento, mas não há segurança sobre o comprometimento do ministro com o empresariado. "Ninguém sabe o que ele pensa."

O secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, também diz não saber quais são as propostas de Rossi. "Não conseguimos visualizar uma postura mais concreta do ministro sobre diferentes assuntos. Não temos conhecimento sobre ele. Não sabemos o que pensa sobre o Código Florestal, por exemplo. Stephanes, bem ou mal, se posicionava", comenta. "Tivemos mais conversa com Stephanes. Com Rossi não houve essa possibilidade e só conseguimos conversar com o segundo escalão do ministério", diz Rovaris.

A matéria é de Cristiano Agostine e Ruy Baron, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Paraná deve continuar vacinando contra aftosa em 2011

Matéria publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 06/12/2010:

"O novo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou ontem, após ser anunciado para a pasta pelo governador eleito Beto Richa (PSDB), que acredita que o Paraná tenha que continuar com as campanhas de vacinação do rebanho bovino contra a febre aftosa por pelo menos mais um ano.

A expectativa do governo era realizar a última campanha de imunização do gado em maio de 2011 e depois entrar com o pedido de declaração de área livre da doença sem vacinação. Questionado, Ortigara disse não acreditar nessa possibilidade, porque ''o dever de casa não foi feito'' pelo governo atual governo.

''No grupo de transição, eu zelei para que a Secretaria tenha o mínimo de recursos para fazer o que precisa ser feito, que é o ato preparatório, preparar todas as barreiras interestaduais, dotá-las de estrutura mínima de funcionamento, repor o grupo de técnicos com contratos temporários que encerram em fevereiro. Sem essas condições nem o Ministério da Agricultura nem a OIE permitiria que déssemos esse passo ousado. Se formos competentes em 2011, quem sabe vacinaremos até novembro, mas é uma discussão a ser feita com as equipes técnicas e entidades, para quem sabe em 2012 buscar esse certificado'', disse.

A pretensão do novo governo que assume o Estado a partir de janeiro é criar uma Agência de Defesa Agropecuária. Será uma autarquia que deve absorver o Departamento de Fiscalização da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) e uma parte da Claspar. A agência terá como objetivo prevenir, controlar e erradicar problemas sanitários.

Ortigara, disse que a meta é ampliar a prevenção, o controle e a erradicação de pragas e doenças da agricultura e da pecuária e fortalecer a defesa sanitária. Ele destacou que o Paraná perdeu cerca de US$ 1 bilhão com a febre aftosa.

A ideia é de que um projeto de lei seja encaminhado para a Assembleia Legislativa para a criação da agência. A entidade terá um quadro de fiscais agropecuários próprio e irá absorver os engenheiros agrônomos e os médicos veterinários da Seab. A previsão é ter cerca de 650 fiscais.

''O Estado está sinalizando que vai investir pesado nessa área'', disse. O objetivo é preparar ainda mais os produtos paranaenses para poder exportar para o mundo. ''Queremos ter uma produção com qualidade para poder acessar qualquer mercado mundial'', afirmou. Segundo Ortigara, ainda não foi definido o valor que será investido para a criação da agência.

Outra novidade é a criação de uma Agência de Desenvolvimento que será responsável por atrair investimentos para o Estado e facilitar a obtenção de linhas de crédito junto a bancos para as indústrias do Estado em geral. ''Queremos criar um clima favorável a novos negócios no Paraná'', disse. Esta agência também terá um projeto de lei que será encaminhado para votação na Assembleia Legislativa

''Os dois órgãos vão trabalhar em conjunto com a Secretaria de Agricultura e várias outras. Foi uma sugestão da Faep e de outras entidades durante a campanha eleitoral'', disse o governador eleito, Beto Richa.

As informações são da Folha de Londrina, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint".

ONU: Brasil é o principal emissor de CO2 da America Latina

Matéria publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 07/12/2010:

"Brasil, Argentina, Venezuela e México são responsáveis por 79% das emissões de gases que causam o efeito estufa na América Latina, indica um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira na Cúpula sobre Mudança Climática (COP-16).

O documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), desenvolvido com o apoio do instituto GRID Arendal, destaca que o Brasil sozinho fornece 52% das emissões de toda a região.

O estudo adverte que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) na América Latina em 2006, excluindo as por mudança no uso da terra, foram de 38,754 bilhões de toneladas métricas. Analisando dados de 2005, a pesquisa assinala que a média das emissões per capita da região, também excluindo as por mudança no uso da terra, foi de 5,5 toneladas métricas de CO2, sendo que Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela e Argentina registraram, nessa ordem, as maiores emissões por habitante.

As principais fontes de emissão de gases do efeito estufa na América Latina são a mudança no uso da terra e silvicultura, agricultura e energia, acrescenta o documento, intitulado "Os Gráficos Vitais da Mudança Climática na América Latina e Caribe". Por países, o Brasil é o maior emissor por mudança no uso da terra, com mais de 800 mil toneladas métricas de CO2.
"A importância da agricultura na região se vê refletida também nas emissões, tendo Brasil, Paraguai, Argentina, Jamaica e Colômbia uma participação significativa deste setor no total de suas emissões", ressalta o estudo.

Quanto às emissões por energia na região, os dois países que mais contribuem são México e Brasil, que juntos emitem mais de 500 mil toneladas de CO2.

"Apesar de ainda não sermos grandes emissores, se a América Latina seguir crescendo de maneira contínua e com a mesma plataforma produtiva, poderemos nos transformar em grandes emissores no futuro", indicou o pesquisador da Cepal e coautor do documento, Luis Miguel Galindo, em entrevista coletiva para apresentar os resultados do estudo.

Segundo Galindo, América Latina e Caribe têm um índice de emissões de 1.152 toneladas de CO2 por cada milhão de dólares do seu Produto Interno Bruto (PIB), muito superior à média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 481 toneladas de CO2 por cada milhão de dólares de PIB.

As informações são da EFE, publicadas pela Folha de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Produção de ração cresce 3,3% até outubro

Matério publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 18/11/2010:

"A indústria de alimentação animal produziu da janeiro a outubro deste ano 50 milhões de toneladas de ração. O desempenho representa um crescimento de 3,3% em comparação ao mesmo período de 2009, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

Diante dos resultados dos dez meses do ano, o setor já projeta um crescimento entre 3% e 3,5% sobre as 58,4 milhões de toneladas produzidas no ano passado. O desempenho deve ser bem inferior ao estimado no início do ano, quando as perspectivas apontavam para um crescimento entre 5% e 10% em 2010.

O crescimento abaixo do esperado se deve principalmente ao mercado de frango. A valorização do real frente ao dólar limitou o crescimento das exportações de carne do frango do Brasil, que avançaram apenas 4%, segundo o Sindirações. Conforme Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo da entidade, o consumo doméstico compensou parte do volume que deixou de ser exportado, mas os preços dos grãos reduziram a rentabilidade dos avicultores.
"A alta nos preços dos grãos no mercado internacional tem um impacto brutal sobre as indústrias de ração. Mais do que a alta, as variações bruscas de preços, para baixo ou para cima, são muito prejudiciais, pois interferem no fluxo de caixa e acabam comprometendo toda a cadeia", afirma Zani.

Até outubro, a avicultura consumiu 56% da produção de ração. Os suínos foram o segundo maior mercado, com 12,6 milhões de toneladas, enquanto a pecuária - de corte e de leite - consumiu 6,1 milhões de toneladas.

A matéria é de Alexandre Inacio, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint".

sábado, 18 de setembro de 2010

Paraguai deverá ter exportações recordes em 2010

Matério publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em [16/09/2010]

"Segundo dados estatísticos do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, as vendas de carne bovina, produtos e subprodutos de origem animal ao exterior somam um total de 197.666 toneladas por um valor de US$ 588,1 milhões até 31 de agosto desse ano. Esses dados representam 85,93% mais que as vendas obtidas em valor no mesmo período de 2009, quando alcançaram US$ 316 milhões, por 145.000 toneladas exportadas.

Somente na categoria de carne bovina, o Paraguai exportou no segundo quadrimestre do ano cerca de 113.851 toneladas por um valor de mais de US$ 435 milhões. Isso equivale a praticamente 90% a mais do que o exportado em 2009 no mesmo período, quando foram exportados US$ 229 milhões, por 93.898 toneladas.

Se continuar essa tendência, nesse ano de 2010 o Paraguai baterá um novo recorde de exportação de carnes, já que tudo indica que as exportações superarão os US$ 800 milhões ao final do ano.

Os principais mercados da carne paraguaia foram Chile, com US$ 223 milhões, e Rússia, com US$ 113 milhões.

A reportagem é do ABC Color Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Relação troca bezerro : boi semelhanças Brasil e Paraguai

Paraguay começa a passar por uma situação identica ao ocorrido no Brasil no ano de 2008, quando a demanda de novilho está baixa e a procura alta, devido ao um grande abate de fêmeas no ano de 2007. Anexo a seguir um texto retirado do site Nelore MS (www.nelorems.org) que ilustra bem o que aconteceu, como estamos e o que esperamos ainda deste ano.

"Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o pico do abate mensal de fêmeas se deu em março de 2007, reflexo dos baixos preços pagos pelo boi gordo em 2006.

Com isso, a disponibilidade de bezerros caiu, elevando a cotação dessa categoria e diminuindo a relação de troca com o boi gordo, que desde maio de 2008 está abaixo da média histórica. Praticamente dois anos se passaram e essa relação continua desfavorável para o recriador, com o preço do bezerro ainda sendo considerado alto na comparação com o boi gordo.

Mas e para 2010? Será que o pecuarista que recria vai ter um alívio na hora de comprar seus animais?

Apesar da retenção de fêmeas que tem ocorrido nos últimos dois anos, a compra de bezerros no mercado ainda está difícil. No curto prazo, com o aumento nas vendas do gado terminado e boa procura pela reposição, típicos do período de safra, esse alívio não parece plausível".

Analisando tudo isso podemos ter uma certeza, que quem investiu está investindo em plantel de fêmeas vai pelo caminho mais lógico.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pecuarista sofrem com queimadas no Paraguai

Reportagem publicada no jornal La Nación, traduzida e adaptada pelo site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em [01/09/2010]:


"As exportações de carne do Paraguai podem ser prejudicadas devido à queima de pastagens, já que esse fenômeno está levando à produção de menos pastos, segundo informou a Comissão do Meio-Ambiente e Produção Sustentável da Associação Rural do Paraguai (ARP), Francisco Fracchia.

"A pecuária pode ser afetada com a queima de pastagens em momentos em que o setor está respondendo com eficiência aos crescentes requerimentos de exportação de carne".

Fracchia disse que, nos estabelecimentos pecuários, vive-se com intensidade a época de parições durante a qual, por causa dos incêndios, podem-se produzir abortos ou a morte do bezerro ao pé da mãe, já que ambos, mãe e cria, estão em uma situação de alta vulnerabilidade.

Ele disse que é necessária uma campanha de conscientização através de meios massivos de comunicação para a prevenção e combate do fogo desde agora. Isso, considerando os fatores climáticos dominantes, em especial as previsões de seca para os próximos três meses em que se prevê um baixo regime de chuvas".

sábado, 28 de agosto de 2010

Clima gera instabilidade no mercado de grãos

Matéria publicada pelo site Beef Point em [26/08/2010]

"A falta de chuvas em diversos Estados brasileiros ainda não alterou os preços agrícolas. Se o clima seco se prolongar, contudo, poderá gerar efeitos de curto e de médio a longo prazo. As maiores preocupações são com a possibilidade de a seca atingir o plantio de safras importantes, como soja e milho.

Os preços de alguns desses itens já começam a ficar pressionados, devido à estiagem em outros produtores estratégicos. A forte seca que fez a Rússia perder US$ 1,1 bilhão em trigo, na pior estiagem em 150 anos, causou impacto nos preços do cereal comercializado no Brasil, que subiu 4,6% na semana passada - a primeira elevação desde novembro de 2009.

O movimento de alta nos preços não havia ocorrido mais cedo graças aos estoques acumulados no país, mas agora as cotações da soja e do milho começam a subir. Esses grãos funcionam como substitutos imediatos do trigo, que teve a exportação proibida pelos russos há cerca de um mês.

"As dificuldades da Rússia e os problemas de seca que estamos enfrentando agora, combinados, vão chegar nos preços agrícolas sim, mas não é possível mensurar quando", diz Antônio Comone, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que apura preços semanalmente em São Paulo.

Levantamento realizado pela RC Consultores com 14 produtos agrícolas mostra que itens como batata, tomate, leite, ovos e laranja estão comportados. Já milho e soja passam por elevação em agosto. A saca de soja é vendida a R$ 39 e a de milho a R$ 20,2, um avanço de 9,6% e 9,3%, respectivamente, sobre julho. A alta, avalia Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, respondem à maior demanda sobre esses grãos.

"O tempo seco ainda não afeta os preços internamente. O aumento decorre unicamente da forte estiagem na Rússia. Se esse tempo seco continuar no Brasil, aí teremos problemas, porque em setembro começa o plantio de grãos importantes, como milho e soja, e o impacto nos preços costuma ser rápido", afirma Silveira.

Segundo Comone, os estoques das empresas é que oferecerão sustentação para preços. "Muitas companhias com estoques podem optar por não mexer nos preços para ganhar o espaço do concorrente que está sem estoques, preferindo não ampliar o lucro para ganhar mercado. Esse movimento pode segurar os preços por um tempo", explica o economista, para quem, no entanto, "em mais ou menos tempo, o clima seco em São Paulo e no Brasil vai afetar os preços agrícolas".

A matéria é de João Villaverde, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint".

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Carne paraguaia em alta

Publicado pelo site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 23/08/2010

"Segundo dados oficiais do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, o país exportou 172.000 toneladas de produtos e subprodutos de carne de origem animal, frente às 145.000 toneladas exportadas no ano passado. Até 31 de julho de 2010, a venda alcançou US$ 535 milhões, o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. Isso evidencia que os mercados internacionais estão pagando cerca de 30% a mais por toneladas que no ano passado.

Os dados indicam que, nesse período, o Paraguai exportou 18,37% mais carne bovina que no mesmo período de 2009, com um volume exportado de 172,769 mil toneladas. No entanto, em valor, houve um aumento de 49,5% com relação ao mesmo período do ano anterior, uma variação significativa a favor da indústria nacional.

O presidente do Senacsa, Daniel Rojas, disse que não houve grande aumento no rebanho bovino nem no nível de animais destinados às exportações, mas sim, que o bom preço possibilitou os maiores ganhos. Isso foi produto da alta no preço da carne.

A reportagem é do ABC Color e do La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

sábado, 31 de julho de 2010

Será que devemos mesmo responder a Irlanda??

ESSA É UMA MATÉRIA UM POUCO LONGA PARA BLOG, MAS VALE MUITO A PENA LER.

Publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 29/07/2010 e escrito por
Miguel Rocha Cavalcanti
Engenheiro Agrônomo pela Esalq/USP,
pecuarista e Diretor de Marketing da AgriPoint

"A Europa está em crise e com dificuldades de reerguer sua economia. Na Irlanda não é diferente. Na semana passada os títulos da dívida do governo foram rebaixados, devido a preocupação com aumento da relação dívida/PIB. A pecuária de corte na Irlanda passa por situação ainda mais complicada, pois tem seus próprios problemas, além dos causados pelas dificuldades econômicas. Os custos são altos, mão de obra é escassa, pouca gente nova quer trabalhar com pecuária. Um amigo esteve num evento por lá há alguns anos e ficou impressionado com a idade média dos produtores: quase não havia gente jovem.

A pecuária da Irlanda depende das exportações para a Europa, onde há forte competição com outros países: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e até mesmo Austrália e EUA. Resumindo: a situação da pecuária irlandesa é ruim e tende a piorar no curto e longo prazo. Não há perspectivas futuras positivas.

Numa situação como essa, encontrar um inimigo pode ajudar a dar novo ânimo. Identificar o inimigo facilita as coisas. Dá força para lutar, cria unidade, dá clareza aos objetivos. E os líderes da pecuária irlandesa escolheram o Brasil como inimigo. Identificar o inimigo simplifica o problema: "toda culpa da crise da pecuária irlandesa vem do Brasil!" bradaria alguém por lá.

Do ponto de vista irlandês é uma excelente escolha. Um inimigo grande, distante, com muitas forças e algumas fraquezas. Graças a isso fica mais fácil se criar inimizade ("grande produtor de carne esmagando nossos produtores!") e também é fácil encontrar pontos para se criticar e atacar (aftosa, rastreabilidade, meio-ambiente, etc). Dado o objetivo de se reunir forças e criar unidade entre pecuaristas irlandeses a escolha do Brasil parece estar dando certo mesmo.

Toda vez que algum irlandês mais inflamado solta uma bravata contra a pecuária brasileira, nós rapidamente respondemos "nada disso é verdade!". A princípio essa parece ser a melhor estratégia: não deixar sem resposta um ataque ao Brasil, à carne brasileira. Recentemente comecei a pensar que essa não é a forma mais produtiva de se melhorar nossa imagem e se proteger contra bravatas da oposição. A postura do Brasil pode estar ajudando essa estratégia da Irlanda.

Será que a Irlanda é tudo isso para a carne brasileira na Europa? Será que precisamos responder a esses ataques? Será que ao responder estamos dando força a quem nos ataca? Será que ao responder estamos demonstrando medo ou fraqueza em relação aos pontos levantados por eles? Será que nossa postura é pró-ativa e a cada resposta nossa posição, reputação e imagem se fortalecem?

Tenho a impressão que não.

Como podemos usar os ataques da Irlanda para melhorar nosso negócio? Acredito que podemos usar a Irlanda como uma inusitada pesquisa de mercado. A cada ataque (também podemos catalogar e estudar os que já aconteceram nos últimos anos) avaliamos quais as preocupações, desejos e vontades passam pela cabeça do consumidor europeu. Sem querer, a Irlanda pode nos ajudar. Uma boa reviravolta. Mapear os ataques da Irlanda pode nos ajudar a entender melhor a cabeça do europeu e criar ações pró-ativas que ajudem a construir uma imagem melhor do Brasil e da nossa pecuária a cada dia.

Fazendo um rápido (e talvez incompleto) levantamento dos ataques irlandeses, é fácil identificar os pontos mais valorizados:
1. aftosa e sanidade em geral
2. bem-estar animal
3. rastreabilidade
4. sustentabilidade e respeito ao meio ambiente
5. certificação de processos e boas práticas agropecuárias

Quanta coisa boa temos para mostrar a Europa (e ao mundo todo) em relação a esses pontos. Quantos exemplos, programas, projetos e fazendas podemos dar destaque para o mundo.

Fazendo um rápido exercício de possibilidades de comunicação:
• comemoração de quantos anos estamos sem aftosa
• divulgação de apoio ao controle de aftosa em países vizinhos
• divulgação de melhorias no sistema de controles de resíduos
• apresentação de trabalhos e estudos de caso de fazendas referência em bem-estar animal
• promoção de técnicas brasileiras de bem-estar animal desenvolvidas por especialistas brasileiros (por exemplo, o Prof. Mateus Paranhos, da Unesp, esteve na FAO realizando um trabalho)
• estudos de caso de fazendas referência em rastreabilidade, gestão e produtividade
• estudos de caso de fazendas referência em sustentabilidade e respeito ao meio-ambiente nos diversos biomas brasileiros
• apresentação de dados de preservação de biomas brasileiros (dica: o Brasil é o país que mais tem florestas preservadas)
• apresentação de dados sobre a legislação ambiental brasileira (dica: o tema reserva legal assustaria qualquer europeu ou norte-americano)
• divulgação do avanço e melhorias de programas de boas práticas agropecuárias e certificação de processos, como o da Embrapa, que cresce e se aprimora cada vez mais
• estudos de caso e exemplos de sucesso de frigoríficos que adotam rastreabilidade, boas práticas e técnicas de sustentabilidade (dica: suspeito que somos líderes em tecnologia limpa em frigoríficos)
• divulgar a cultura, histórias e tradições brasileiras ligadas a pecuária de corte (dica: histórias bem contadas geram vendas de alto valor e ainda podemos atrair turistas)
• há muito mais, é só olhar em nossa volta

Sugiro que nossas próximas comunicações sobre a carne brasileira não citem a Irlanda. Não citem ninguém. Não se constrói uma liderança, uma reputação respondendo a ataques. Precisamos mostrar ativamente o que temos de bom, de forma transparente e apresentando ano a ano nossa evolução. Podemos criar um programa de apresentação de resultados, boas práticas e casos de sucesso, de forma estruturada que a cada mês teremos uma posição mais fortalecida.

Além de aumentar nossa reputação fora do Brasil, ter um programa transparente de apresentação de resultados vai reforçar nossa vontade e energia em fazer bem feito. Vamos comemorar com mais intensidade cada conquista e criar a alavanca para melhorar mais rápido e manter o conquistado. Especialistas em execução garantem que metas públicas e apresentação de resultados, de compromisso, de interesse, foco e direção são ótimas maneiras de garantir que as coisas aconteçam. Transparência aumenta a responsabilidade.

A pecuária de corte, a cadeia da carne como um todo, pode ganhar muito em imagem, reputação e eficiência sustentável no longo prazo se criar um plano de ação para comunicação desses pontos sugeridos. Por mais que tenhamos problemas (é claro que eles existem e não podemos negá-los), há muita coisa boa sendo feita. Acredito que a melhor maneira de fazer mais do que temos de melhor é olhar para os bons exemplos e não o contrário".

terça-feira, 22 de junho de 2010

Auditores da UE verificarão qualidade de carne paraguaia

22/06/2010:

Três auditores da União Européia iniciam uma serie de trabalhos para verificar a qualidade da produção de carne do Paraguai. Os três emissários são: Pawel Skublicki, Nicolaos Kalinis e José Gill Berduque, receberão a principio as informações generais sobre o funcionamento do Senacsa (Servicio Nacional de Calidad y Salud Animal).
Os técnicos visitarão Daniel Rojas, presidente do Senacsa para aprofundarem-se sobre os trabalhos realizados pelo órgão regulador até o momento. Posteriormente, visitarão os escritórios do órgão responsável pela rastreabilidade Sitrap (Sistema de Trazabilidad del Paraguay), encarregado de autorizar a liberação dos animales que serão exportados a Europa.
O itinerário inclui visitas ao chaco paraguaio e aos departamentos de Concepción e Itapúa, onde visitarão propriedades produtoras e escritórios de unidades regionais do Senacsa, para corroborar a aptidão dos alimentos consumidos pelos animais em diferentes localidades.

A notícia foi retirada do Jornal ABC Color (Digital) e traduzida e adaptada por Elizeu M. do Vale

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Paraguay: governo deseja vender mais carne a U.E.

Materia publica no site Beef Point em 28/05/2010:

"Diante do eventual acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), o Paraguai quer posicionar sua carne e outros produtos no velho continente, segundo anunciou o presidente da República do país, Fernando Lugo.

"A carne paraguaia é muito conhecida hoje em dia. Os mercados do Chile, Israel, Rússia, puderam conhecer a qualidade do produto paraguaio", disse Lugo durante uma conferência de imprensa, após sua volta da reunião na Europa.

Se o acordo comercial entre Mercosul e Europa se concretizar, o Paraguai buscará garantir preços acessíveis para seus produtos, disse Lugo.

Com relação às supostas barreiras na Argentina, ele disse que não existe nenhum argumento jurídico para impedir a entrada de produtos paraguaios. "Não há decreto nem lei" que estabeleçam medidas restritivas, disse ele, ainda que tenha confessado que há uma intenção da presidente da Argentina de que o país aumente sua produção em alguns setores para abastecer seu mercado.

A reportagem é do ABC Color, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

sábado, 15 de maio de 2010

Paraguai: receita das exportações cresce 23% até abril

A matéria foi publicada no site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em 13/05/2010:

"As exportações de carnes do Paraguai, incluindo produtos e subprodutos de origem animal, aumentaram em 47% nos primeiros quatro meses do ano comparativamente com o mesmo período do ano anterior. O valor das exportações de carne até 30 de abril foi de US$ 295,179 milhões.

Segundo o relatório estatístico do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, as exportações de produtos e subprodutos de origem animal (carne, miúdos e derivados) entre os meses de janeiro e abril de 2010 foram de 97.300 toneladas, contra 78.800 toneladas no mesmo período do ano anterior, que teve um valor de US$ 201,193 milhões. Isso representa um aumento da ordem de 23,43% em volume e de 46,71% em valor.

Uma particularidade se observa no caso da carne bovina, uma vez que, apesar do menor volume exportado (53.450 toneladas esse ano frente às 54.253 toneladas do ano passado), o valor aumentou em 23,7%, passando de US$ 162 milhões no primeiro quadrimestre de 2009 para mais de US$ 21 milhões esse ano. Isso faz com que o preço médio de venda da carne paraguaia a nível internacional tenha sido de aproximadamente US$ 3.760 por tonelada.

Se continuar assim, esse ano o Paraguai poderá chegar a um novo recorde no valor das exportações de carne que atualmente está em torno de US$ 600 milhões, registrado em 2008, já que no ano passado houve uma queda de 20% no valor.

A reportagem é do ABC Color Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

segunda-feira, 15 de março de 2010

Risco zero de Aftosa no Paraná. Será?

Matéria publicada em Beef Pointe (www.beefpoint.com.br) em [15/03/2010]

"O Paraná fez um pedido ao Ministério da Agricultura para tornar-se área livre da febre aftosa sem vacinação e aguarda o resultado, possivelmente, para o segundo semestre deste ano. A grande dúvida do setor produtivo é se haverá segurança caso ocorra um novo foco da doença.

A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) informou que o Estado está tecnicamente preparado para atender casos suspeitos ou confirmados, no menor tempo possível.

Por outro lado, representantes dos produtores acreditam que não existe risco zero e que a vigilância deve ser constante. A recuperação econômica não é tão automática assim. Santa Catarina que recebeu o reconhecimento internacional de área sem vacinação desde 2007, ainda não conseguiu voltar aos mesmos volumes de exportação anteriores a 2005, quando surgiram os focos da doença no Mato Grosso do Sul.

Depois que o Paraná conseguir o reconhecimento nacional ainda precisará esperar um ano para fazer a solicitação para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O chefe da divisão de sanidade animal da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto, disse que o País está vivendo uma situação favorável porque não há circulação viral no Brasil. E ainda os Estados que têm influência para o Paraná como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são área livre com vacinação.

No Mato Grosso do Sul e no Paraguai há uma zona de alta vigilância que estende-se 15 quilômetros depois das fronteiras. Na outra entrada para o Brasil há o lago de Itaipu que, de certa forma, faz uma barreira natural.

Hoje há 31 postos de fiscalização em fronteiras e divisas do Estado que devem ser ampliados em mais dois. São 122 médicos veterinários que vão cuidar só de trânsito animal e o quadro será ampliado em mais 43 profissionais. Além disso, serão mais 110 auxiliares administrativos para a área de defesa animal. O Estado ainda conta com postos de fiscalização inclusive com fiscais volantes.

Teixeira Pinto explica que, mesmo com o fim da vacinação, os produtores terão que declarar o número de animais a cada semestre. ''O Paraná está seguro, mas o importante é o criador cuidar do próprio patrimônio'', disse.

''Não existe risco zero. O que há é uma estrutura pronta para proteger o Paraná e resolver qualquer problema caso ocorra. A lição de casa foi feita. Agora, estamos indo para a prova'', disse o médico veterinário do departamento técnico-econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Fabricio Monteiro.

Ele lembrou que o Estado conta ainda com o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Paraná (Fundepec) que já foi usado em 2005 quando ocorreram os focos no Estado. Hoje, há cerca de R$ 20 milhões em caixa para ser utilizado em caso de qualquer emergência. ''Temos estrutura e produtores comprometidos com 98% de índice de vacinação e um fundo indenizatório'', destacou.

O superintendente adjunto da Ocepar, Nelson Costa, acredita que o Estado não terá problemas ao retirar a vacinação. Ele lembrou que há uma barreira boa na fronteira com Santa Catarina, no Leste existe o Rio Paraná e no Norte e Noroeste São Paulo e Mato Grosso do Sul também são área livre com vacinação e, segundo ele, há um trabalho integrado entre os Estados. ''Estamos seguros em relação às fronteiras'', disse.

A matéria é de Andréa Bertoldi, publicada na Folha de Londrina, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint".

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Demanda por boi em 2010

Publicado no site Scot Consultoria em 19/01/2009, por Lygia Pimentel (Medica Veterinária):

"O mercado do boi gordo continua andando de lado. Mediante uma demanda por carne enfraquecida, mesmo
com a oferta de boi, os preços não reagem.
Entretanto, para 2010, temos fatores de alta.
Por exemplo, a retomada de abates de algumas plantas que estavam paralisadas e que foram arrendadas por
outros frigoríficos.
Alguns desses planos já estão se cumprindo e outros já têm data certa para iniciar. Isso faria com que a
demanda por boi aumentasse, de acordo com a simulação da Scot Consultoria, até 3,5 milhões de cabeças por
ano. Observe a figura 1.



Então 2010, um ano que deveria começar a acender a luz amarela para os preços devido à fase atual do ciclo
pecuário ainda pode ser um ano de preços firmes. É claro que outras variáveis influem, como demanda por
carne e o dólar, que é considerado o principal entrave.
É esperar para ver.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Paraguay exporta mais carne em 2009

Fonte site Beef Point (www.beefpoint.com.br) em:

08/01/2010]

"O Paraguai exportou em 2009 um volume de carne bovina superior ao exportado em 2008, mas recebeu um valor menor pelas vendas devido à baixa cotação do dólar norte-americano no mercado mundial, segundo informaram autoridades do país.

Em 2009, o Paraguai exportou 169,566 mil toneladas no valor de US$ 516 milhões. A venda foi superior aos 162 mil de toneladas exportados em 2008, mas o valor foi menor, já que no ano passado foi de US$ 595 milhões.

"O valor das exportações de carne teve uma queda de aproximadamente 13% devido à baixa na cotação mundial do dólar norte-americano, pela crise internacional, que repercutiu em nossas finanças", disse o presidente da Associação Rural, Juan Néstor Núñez. Os principais mercados do Paraguai são Chile, Rússia, Taiwan e Israel.

O presidente da Câmara de Exportadores de Carne do Paraguai, Korni Pauls, disse que em 2010 o país aumentará as vendas ao Chile e à Rússia. Somente em 2009, ambas as nações compraram 94.000 toneladas, por US$ 293 milhões.

"As exportações à União Europeia (UE) estão em negociações, porque, de acordo com suas exigências, somente 38 fazendas foram habilitadas para fornecer animais aos frigoríficos vendedores".

Com relação à Venezuela, ele disse que o país demonstrou interesse, mas ainda não definiu se importará ou não o produto paraguaio".

A reportagem é do The Associated Press, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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